PLANTAS E COGUMELOS TÓXICOS

INFORMAÇÕES GERAIS

Plantas tóxicas são aquelas que por contato, ingestão ou inalação podem ocasionar danos à saúde do homem ou dos animais. Muitas delas são plantas ornamentais encontradas em diversos ambientes como casas, jardins, parques e terrenos. O envenenamento ocorre geralmente por ingestão ou contato, principalmente em crianças. Já os cogumelos pertencem a um grupo de linha evolutiva diferente das plantas, das algas e dos animais e estão classificados no Reino dos Fungos. Os fungos são organismos simples, decompositores de matéria orgânica e geralmente são notados quando frutificam, em forma de bolor ou de cogumelos. Os envenenamentos por fungos podem ocorrer na ingestão proposital ou acidental de cogumelos tóxicos, por isso a importância de conhecer para prevenir.

Lithraea brasiliensis (Aroeira-brava)

Características: é uma pequena árvore que mede entre 3-4 m de altura. Suas flores são um pouco branco-esverdeadas e o fruto é pequeno e com coloração similar às flores.

Exposição: o contato direto ou simplesmente a proximidade com a planta ocasiona reação na pele, como bolhas, vermelhidão e coceira. Os sintomas podem persistir por vários dias. A ingestão pode ocasionar manifestações gastrointestinais, como enjôos, vômitos, diarreia e dor abdominal.

Observações: todas as partes da planta são tóxicas. São conhecidas popularmente como aroeira, aroeira-brava, aroeira-do-mato, pau-de-bugre.

Euphorbia tirucalli (Avelós)

Características: é um arbusto ou arvoreta com numerosos ramos, com folhas e flores muito pequenas, que aparecem raramente.

Exposição: possui uma seiva leitosa (látex) com propriedades cáusticas, causando irritações e envenenamentos no ser humano e animais domésticos. O contato com os olhos causa irritação podendo ocasionar cegueira temporária ou permanente.

Observações: é usualmente cultivada com fins ornamentais. Todas as partes da planta são tóxicas. Conhecida popularmente como avelós, graveto-do-cão, figueira-do-diabo ou pau-pelado.

Thevetia peruviana (Chapéu-de-Napoleão)

Características: arbusto ou arvoreta lactescente de 1,5 a 3 m de altura.

Exposição:  a ingestão pode causar dor em queimação na boca, salivação, enjôos, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarreia, distúrbios hidroeletrolíticos, tonturas, distúrbios cardíacos e distúrbios neurológicos. O contato com o látex em mucosa ocular causa irritação acentuada com lacrimejamento, fotofobia e congestão conjuntival.

Observações: todas as partes da planta são tóxicas. conhecida popularmente como jorro-jorro e bolsa-de-pastor. Utilizada como planta ornamental. Deve ser mantida fora do alcance de crianças e animais domésticos, uma vez que a ingestão de poucas sementes pode ser fatal.

Dieffenbachia sp. (Comigo-ninguém-pode)

Características: subarbusto rizomatoso com até 1,5 m de altura.

Exposição: a ingestão causa dor em queimação, inchaço em lábios, língua e mucosa oral, salivação, irritação, mudança de voz ou dificuldade de fala. Algumas vezes ocorrem distúrbios gastrintestinais, como cólicas abdominais, diarreia, enjôos e vômitos. O contato com a pele causa coceira e irritação, podendo provocar dermatite de contato. O contato com os olhos causa dor, irritação, fotofobia, lacrimejamento, com inflamação da córnea e conjuntiva.

Observações: todas as partes da planta são tóxicas. Conhecida popularmente como comigo-ninguém-pode, aningá-do-pará ou língua-de-sogra. Amplamente utilizada como ornamental em todo o Brasil.

Euphorbia milii (Coroa-de-Cristo)

Características: arbusto perene, lactescente, com cerca de 1,5 m de altura, muito ramificado e com espinhos.

Exposição: possui látex (seiva leitosa) irritante que causa lesão na pele e mucosas, inchaço de lábios, boca e língua, salivação excessiva, coceira, dor em queimação com formação de vesículas e pústulas. Em caso de ingestão provoca salivação, enjôos, vômitos e diarreia. Em contato com os olhos causa irritação, dificuldade de visão e inchaço de pálpebras, podendo gerar processo inflamatório de aparecimento rápido (conjuntivite) e lesões sérias de córneas com perda parcial ou total da visão.

Observações: todas as partes da planta são tóxicas. Conhecida  popularmente como coroa-de-cristo, martírio. Muito utilizada como ornamental e na formação de cerca-viva.

Nerium oleander (Espirradeira)

Características: arbusto ou arvoreta, com cerca de 2 a 4 m de altura, pouco latescente.

Exposição: a ingestão, inalação da fumaça ou o contato da seiva com as mucosas pode causar envenenamentos. Podem ocorrer distúrbios de locomoção, perturbações digestivas, cefaleia, sonolência, tontura, transtornos visuais, edema pulmonar, confusão mental, delírio, coma, queda da pressão arterial, bradicardia ou taquicardia e disritmia ventricular.

Observações: todas as partes da planta são tóxicas. Conhecida  popularmente como Espirradeira, oleander, loandro-da-índia, louro-rosa, flor-de-são-josé. Muito utilizada como ornamental na arborização de ruas. As podas devem ser feitas de maneira a evitar o contato de crianças e animais domésticos.

Euphorbia cotinifolia (Figueirinha-roxa)

Características: arbusto de folhas largas e coloração vermelha.

Exposição: possui látex cáustico que provoca intoxicações em humanos e animais domésticos.

Observações: todas as partes das plantas são tóxicas. Conhecida popularmente como barrabás e sangue de boi. Usada como ornamental.

Ricinus communis (mamona)

Características: arbusto com cerca de 2 a 3 m de altura.

Exposição: as sementes são a parte tóxica da planta, que quando ingeridas podem causar enjôos, queimação, vômitos, cólicas abdominais, diarreia com muco e sangue, fraqueza muscular, pele fria e úmida, mucosas secas (olhos, boca, nariz), sede intensa e retenção da urina. Pode evoluir para convulsões, coma e em casos mais graves até o óbito. Podem ocorrer reações alérgicas como rinite, conjuntivite, asma brônquica, dermatite e urticária.

Observações: conhecida popularmente como carrapateira, rícino e mamoeira. Encontrada como planta daninha ou cultivada. O óleo de rícino é processado na indústria, que após purificação pode ser utilizado como purgativo.

Manihot utilíssima / Manihot esculenta (Mandioca-brava)

Características: arbusto de 1 a 4 m de altura.

Exposição: a ingestão pode causar enjôos, vômitos, dores abdominais, diarréia, cansaço, falta de ar, fraqueza, palpitação, respiração acelerada, acidose metabólica, agitação e confusão mental. Nos casos mais graves pode ocorrer convulsões, coma e até morte.

Observações: a raiz e as folhas são as partes tóxicas. Conhecida popularmente como mandioca e mandioca-brava.

Jatropha curcas (Pinhão-de-purga)

Características: arbusto de 3 a 4 m de altura, latescente.

Exposição: a ingestão das partes tóxicas causa dor abdominal, enjôos, vômitos e diarreia com muco e sangue, falta de ar, palpitação e parada cardíaca. O contato com o látex causa ação irritante e inflamatória na pele, mucosas e olhos.

Observações: as folhas e os frutos são tóxicos. Conhecida popularmente como pinhão roxo, pinhão-de-purga e pinhão-de-papagaio. Deve-se evitar o cultivo nos arredores de residências para evitar o risco de envenenamentos acidentais, principalmente de crianças.

Datura suaveolens (Saia-branca)

Características: porte arbustivo alto ou arbóreo de até 3 m de altura com flores grandes, abundantes, pendentes e perfumadas.

Exposição: a ingestão pode causar enjôos, vômitos, ressecamento de mucosas e secreções, boca seca, sede, dificuldade de engolir e falar, febre, taquicardia, agitação, delírio, convulsões, retenção urinária, dilatação das pupilas, fotofobia, vermelhidão na pele, rubor na face e insuficiência respiratória. Nos casos mais graves, pode levar à morte.

Observações: todas as partes da planta são tóxicas. Conhecida popularmente como saia-branca, trombeta e trombeteira. Utilizada como ornamental, deve-se evitar seu cultivo próximo às residências para evitar acidentes com crianças e animais domésticos.

#COGUMELOS E FUNGOS

Os envenenamentos por fungos podem ocorrer na ingestão proposital ou acidental de cogumelos. Grande parte dos casos são decorrentes da coleta e ingestão por pessoas que os confundem com cogumelos comestíveis ou ainda na ingestão proposital de cogumelos crus, na forma de chás, sopas ou misturados a alimentos.

Os envenenamentos por cogumelos venenosos podem ocorrer tanto em humanos como em animais.

A identificação correta de cogumelos deve ser feita somente por especialistas que podem diferenciar quais espécies são comestíveis ou não.

Prevenção dos acidentes com plantas

Mantenha as plantas tóxicas fora do alcance das crianças, pois a maioria dos acidentes por plantas ocorre na população infantil;

Conheça as plantas tóxicas existentes em sua casa e arredores pelo nome e características;

Ensine as crianças a não colocar plantas na boca e não utilizá-las como brinquedos (fazer comidinhas, tirar leite, etc);

Tome cuidado ao podar as plantas que liberam látex provocando irritação na pele e principalmente nos olhos;

Evite deixar os galhos em qualquer local onde possam vir a ser manuseados por crianças;

Quando estiver lidando com plantas tóxicas use luvas e lave bem as mãos após esta atividade;

Não prepare remédios ou chás caseiros com plantas sem orientação médica;

Não coma folhas, frutos e raízes desconhecidas;

Lembre-se que não há regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das tóxicas e nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta.

Prevenção dos acidentes por cogumelos

Não coma cogumelos colhidos diretamente da natureza;

Compre cogumelos comercializados somente em locais com controle sanitário;

  Não tome chá de cogumelos, alguns são extremamente tóxicos e podem levar à morte.

O QUE FAZER EM CASO DE:

Contato com a Pele

Remova a roupa contaminada.

Lave a área afetada com água corrente por 15 a 30 minutos, sempre usando luvas para sua proteção.

Ligue assim que possível para o CIATox/SC (0800 643 5252) e/ou procure o serviço médico mais próximo.

Ingestão

Remova qualquer produto restante na boca e entre em contato com o CIATox/SC (0800 643 5252) e/ou procure o serviço médico mais próximo;

NÃO induza vômitos.

NÃO dê para a pessoa ovos crus, sal, vinagre ou sucos de frutas cítricas para induzir vômitos ou neutralizar o veneno sem recomendação médica;

Se possível, guarde os restos do cogumelo para identificação.

Contato com os olhos

Lave imediatamente o olho acometido com água corrente ou soro fisiológico por 15 a 30 minutos sem interrupção;

Realizar a lavagem no sentido lateral a fim de evitar comprometimento do outro olho;

Remova lentes de contato se houver;

Não coloque jatos d' água diretamente nos olhos, sempre na testa ou acima do nariz, deixando escorrer para os olhos evitando um trauma mecânico;

Nunca utilize colírios, a não ser quando um médico prescrever.

Ligue assim que possível para o CIATox/SC (0800 643 5252).

Para faciliar o atendimento, informe ao CIATox/SC:

 

IDENTIFIQUE-SE:  seu nome e número do telefone.
QUEM ? Idade e peso da vítima.
COMO ? Tipo de contato (cutâneo, oral, ocular, etc); circunstância do acidente, acidental ou intencional.
QUANDO ? Hora em que ocorreu a exposição.
ONDE ? Local da ocorrência (residência, ambiente externo, etc).
OBSERVE OS SINTOMAS: que a vítima tenha apresentado.