AGROTÓXICOS

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BAIXO PESO AO NASCER

EXPOSIÇÃO AMBIENTAL A AGROTÓXICOS E TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO EM CRIANÇAS.

Ondine S von Ehrenstein, Chenxiao Ling, Xin Cui, Myles Cockburn, Andrew S Park, Fei Yu, Jun Wu, Beate Ritz. Prenatal and infant exposure to ambient pesticides and autism spectrum disorder in children: population based case-control study. BMJ 2019;364:l962.

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Estudo caso-controle de base populacional, com 2961 crianças nascidas entre 1998 e 2010 em áreas rurais da Califórnia (EUA) diagnosticadas com transtorno do espectro autista. Os resultados do estudo sugerem que o risco de transtorno do espectro autista aumenta com a exposição pré-natal da mãe a agrotóxicos no ambiente num raio de 2000 metros da residência materna, e que a exposição após o nascimento aumenta ainda mais esse risco.

Pesticidas organofosforados e neuro-desenvolvimento em crianças

Muñoz-Quezada, M.T. et al., 2013. Neurodevelopmental effects in children associated with exposure to organophosphate pesticides: A systematic review. NeuroToxicology, 39, p.158–168.

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Todos os estudos exceto um estudo transversal chinês demonstraram evidência de associação da exposição com deterioração do neuro-desenvolvimento. Dos doze estudos que avaliaram relação dose-resposta (maior efeito com maior nível de exposição) entre exposição a organofosforados e desfechos no neuro-desenvolvimento, onze encontraram associação positiva. Esta associação foi mais importante quando resultou de exposição pré-natal. Os 10 estudos que avaliaram exposição pré-natal a organofosforados demonstraram associação com reflexos anormais em neonatos, déficits comportamentais relacionados à atenção em crianças menores, e déficits cognitivos relacionados à memória executiva em crianças aos 7 anos de idade

Revisão sistemática: Ontario College of Family Physicians – Efeitos dos pesticidas na saúde: exposição ocupacional e não-ocupacional crônica.

Sanborn, M. et al., 2012. 2012 Systematic Review of pesticide Health Effects.

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Desfechos na saúde reprodutiva e exposição a pesticidas: 75 estudos

A revisão encontra evidências de que pesticidas não-organoclorados possam causar alterações deletérias ao sistema reprodutivo. A evidência mais significativa é de associação entre exposição a pesticidas e desfechos no crescimento fetal. A maior parte das associações positivas foi para baixo peso ao nascer, condição esta relacionada a maior risco de mortalidade, morbidade e incapacidade durante a infância e com consequências na vida adulta. Redução do perímetro cefálico, condição ligada a redução das capacidades cognitivas na infância e vida adulta, também está associada a exposição a pesticidas em vários estudos. Todos os estudos de boa qualidade sobre malformações congênitas reportaram associações positivas com hipospádia, defeitos do tubo neural e hérnia diafragmática congênita. Apenas dois estudos examinaram a associação com prematuridade, e ambos encontraram associação positiva. Ambos citaram explicações biológicas plausíves para esta associação, como por exemplo o efeito dos organofosforados sobre enzimas que estimulam a contração uterina, reduzindo a duração da gestação.

Desfechos no desenvolvimento neuro/comportamental e exposição a pesticidas em crianças: 32 estudos.

A revisão demonstra que a exposição pré-natal a pesticidas é consistentemente associada a deficiência mensuráveis no neuro desenvolvimento do nascimento até a adolescência.

Neonatos com exposição pré-natal a organofosforados apresentaram reflexos ausentes ou hipotônicos, além de déficit de atenção a estímulos. Crianças de 12 a 36 meses expostas a organofosforados apresentaram déficits consistentes no índice de desenvolvimento mental da escala Bayley em três grandes coortes. A exposição ao principal metabólito do DDT provocou déficits nos índices de desenvolvimento psicomotor da mesma escala.

Em crianças de 3 a 10 anos expostas durante a gravidez a níveis mais elevados de organofosforados ou DDT/DDE, foram observados com maior frequência transtornos da atenção como TDAH, redução do QI e outras condições incluindo o transtorno do espectro autista. Alguns estudos de exposição pré-natal associada a TDAH e autismo encontraram taxas de risco relativo elevado na faixa de 6,0 a 7,0. O diagnóstico destas condições na infância está associado a baixa empregabilidade, baixa remuneração e importante risco de envolvimento em atividades criminosas na vida adulta.

A memória executiva e a compreensão verbal são os domínios mais afetados nos testes multi-escala de QI em crianças expostas a pesticidas. Os efeitos foram modestos, com taxas de risco relativo menores do que 2,0. Entretando, do ponto de vista populacional, as reduções encontradas no QI total (variando de -2 a -7 pontos) tem impactos importantes na performace escolar e no potencial de ganho salarial na vida adulta. Em 2001, cientistas ambientais do Canada (Muir 2001) estimaram o custo da redução de 5 pontos no QI em 30 bilhões de dólares canadenses por ano para aquele país.

Desfechos na saúde respiratória e exposição a pesticidas em adultos e crianças: 35 estudos.

Existe evidência de que a exposição a pesticidas, em particular carbamatos e organofosforados, está associada ao desenvolvimento de sintomas respiratórios, de asma e da doença pulmonar obstrutiva crônica. Estudos de asma em crianças reportaram associação com exposição materna a pesticidas organofosforados e organoclorados. Exposição materna a inseticidas organoclorados também foi relacionada a maior frequência de infecções respiratórias em crianças.

LEUCEMIA EM CRIANÇAS CUJOS PAIS SE EXPUSERAM A AGROTÓXICOS

Exposição domiciliar a agrotóxicos e risco de leucemia em crianças e adolescentes. Revisão sistemática atualizada e metanálise.

Van Maele-Fabry G, Gamet-Payrastre L, Lison D. Household exposure to pesticides and risk of leukemia in children and adolescents: Updated systematic review and meta-analysis. Int J Hyg Environ Health. 2019 Jan;222(1):49-67.

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Atualização de revisão sistemática com metanálise, publicada em 2019. O estudo confirma dados de análise anterior, reportando a associação entre exposição a pesticidas de uso doméstico, em especial exposição a inseticidas no período da gestação, e um maior risco de leucemias em crianças.

Wigle, D.T., Turner, M.C. & Krewski, D., 2009. A Systematic Review and Meta-analysis of Childhood Leukemia and Parental Occupational Pesticide Exposure. Environmental Health Perspectives, 117(10), p.1505–1513.

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Revisão sistemática com meta-análise que incluiu 15 estudos sobre exposição crônica a pesticidas de uso doméstico. Os resultados demonstram associação positiva entre Leucemia e exposição durante a gestação a pesticidas não-determinados (OR = 1.54; 95% CI, 1.13–2.11), inseticidas (OR = 2.05; 95% CI, 1.80–2.32) e herbicidas (OR = 1.61; 95% CI, 1.20–2.16). Também se observou associação positiva entre leucemia e exposição durante a infância a pesticidas não-determinados (OR = 1.38; 95% CI, 1.12–1.70) e inseticidas (OR = 1.61; 95% CI, 1.33–1.95).

AGROTÓXICOS E LEUCEMIAS MIELOIDES


Van Maele-Fabry, G., Duhayon, S. & Lison, D., 2007. A systematic review of myeloid leukemias and occupational pesticide exposure. Cancer causes & control : CCC, 18(5), p.457–78.

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Os dados desta revisão sistemática foram extraídos de 17 estudos de coorte e 16 estudos caso-controle publicados entre 1979 e 2005. O risco relativo (RR) obtido quando todos os estudos de coorte foram combinados foi de 1,21 (IC95%: 0,99-1,48), demonstrando que não há associação entre as variáveis. No entanto, havia uma grande heterogeneidade entre os RR estimados nos 17 estudos de coorte. Após a estratificação dos estudos em função do tipo de ocupação, os pesquisadores demonstraram uma associação entre leucemia mieloide e trabalhadores envolvidos na fabricação de pesticidas (RR: 6,32; IC95%: 1,90-21,01; 2 estudos incluídos) e em aplicadores de pesticidas (RR: 2,14; IC95%: 1,39-3,31; 5 estudos incluídos). A análise ajustada dos estudos caso-controle demonstrou um risco aumentado para leucemia mieloide crônica em fazendeiros (RR: 1,38; IC95%: 1,06-1,79; 7 estudos incluídos) e homens expostos (RR: 1,39; IC95%: 1,03-1,88; 5 estudos incluídos), mas não para as outras ocupações, subtipo de leucemia e em mulheres separadamente.

Segundo os autores, um argumento plausível em favor da relação causal entre exposição a pesticidas e leucemia mieloide é o fato de que os grupos ocupacionais com maior exposição provável (aplicadores e trabalhores de fábrica) apresentaram o maior risco, em comparação com as outras ocupações cuja exposição é, provavelmente, menor. Concluem, os autores, que os resultados dos estudos de coorte indicam alguma evidência de associação entre leucemia mieloide e alguns grupos ocupacionais, como aplicadores de pesticidas e aqueles envolvidos na fabricação de pesticidas.

AGROTÓXICOS E LINFOMA NÃO-HODGKIN

2,4-D E O RISCO DE LINFOMA NÃO-HODGKIN.

Smith AM, Smith MT, La Merrill MA, Liaw J, Steinmaus C. 2,4-dichlorophenoxyacetic acid (2,4-D) and risk of non-Hodgkin lymphoma: a meta-analysis accounting for exposure levels. Ann Epidemiol. 2017 Apr;27(4):281-289.

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O 2,4-D é um dos herbicidas mais utilizados no mundo. Esta metanálise demonstra que quanto maior o nível de exposição, maior o risco de Linfoma não-Hodgkin.

Schinasi, L. & Leon, M.E., 2014. Non-hodgkin lymphoma and occupational exposure to agricultural pesticide chemical groups and active ingredients: A systematic review and meta-analysis. International Journal of Environmental Research and Public Health, 11(4), p.4449–4527.

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Este artigo descreve os resultados de uma revisão sistemática e de uma série de meta-análises das últimas tres décadas sobre a relação entre exposição ocupacional a pesticidas e Linfoma não-Hodgkin (LNH). Foram incluídos 44 estudos realizados em países desenvolvidos, com 21 grupos químicos de pesticidas. A exposição a herbicidas phenoxy, inseticidas carbamatos e organofosforados, lindano e inseticidas organoclorados foi positivamente associada ao Linfoma não-Hodgkin. Dentre os estudos que reportaram os subtipos de LNH, o Linfoma de células B foi fortemente associado aos herbicidas phenoxy (2,4 D) e ao Glifosato

CÂNCER DE TIREÓIDE

AGROTÓXICOS, POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES, E O RISCO DE CÂNCER DE TIREÓIDE

Han MA, Kim JH, Song HS. Persistent organic pollutants, pesticides, and the risk of thyroid cancer: systematic review and meta-analysis. Eur J Cancer Prev. 2018 Oct 22.

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Revisão sistemática com metanálise publicada em 2018, com 15 artigos no total, sendo que 8 foram incluídos na metanálise. A exposição a agrotóxicos, em especial a herbicidas, está relacionada a um risco aumentado de câncer de tireóide.

AGROTÓXICOS COMO DESREGULADORES ENDÓCRINOS

EDC-2: The Endocrine Society’s Second Scientific Statement on Endocrine-Disrupting Chemicals. Gore AC, Chappell VA, Fenton SE, Flaws JA, Nadal A, Prins GS, Toppari J, Zoeller RT.  Endocr Rev. 2015 Dec;36(6):E1-E150. doi: 10.1210/er.2015-1010. Epub 2015 Nov 6. Review.

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Artigo de revisão publicado pela Endocrine Society considerando que dezenas de agrotóxicos, das mais variadas classes, atuam como desreguladores endócrinos. A exposição a estas substâncias, mesmo em doses infinitesimais, dependendo do momento da exposição (períodos críticos do desenvolvimento), podem provocar importantes alterações na síntese, secreção, transporte, metabolismo, ligação ou eliminação hormonal, em geral resultando em efeitos estrogênicos e anti-androgênicos. Dentre as várias consequências desta desregulação hormonal encontram-se a infertilidade masculina e feminina, puberdade precoce, criptorquidia, alterações da lactação, endometriose, impotência, disfunção tireoidiana, obesidade, além de câncer de mama, próstata, testículos e ovários

POLINEUROPATIA TARDIA INDUZIDA POR ORGANOFOSFORADOS

S Karami-Mohajeri. A systematic review on the nerve–muscle electrophysiology in human organophosphorus pesticide exposure. Human and Experimental Toxicology 2014, Vol 33(1) 92–102.

A polineuropatia tardia induzida por alguns inseticidas organofosforados pode aparecer meses ou anos após intoxicações agudas ou crônicas, e se caracteriza por dor muscular e parestesias predominantemente nos membros inferiores, seguidos de fraqueza progressiva e depressão dos reflexos tendiosos profundos, podendo acometer os membros superiores nos casos mais graves. A exposição ocupacional crônica pode levar a neurotoxicidade por vários mecanismos diferentes da inibição da colinesterase (ex. estresse oxidativo, apoptose). As características eletrofisiológicas desta polineuropatia foram objeto de recente revisão sistemática.

AGROTÓXICOS E ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

Exposição ocupacional e doenças neurodegenerativas.

Gunnarsson LG, Bodin L. Occupational Exposures and Neurodegenerative Diseases-A Systematic Literature Review and Meta-Analyses. Int J Environ Res Public Health. 2019 Jan 26;16(3).

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Revisão sistemática com metanálise concluindo que a exposição a agrotóxicos aumenta o risco de Esclerose Lateral Amiotrófica e Doença de Parkinson em mais de 50%.

Kang, H. et al., 2014. Amyotrophic Lateral Sclerosis and Agricultural Environments : A Systematic Review. Journal of Korean Medical Science, 29(12), p.1610–1617.

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Esta revisão sistemática foi publicada no periódio Journal of Korean Medical Science, em 2014. Vinte e dois estudos preencheram os critérios de inclusão (19 estudos de caso-controle e 3 estudos de coorte). Segundo os dados publicados, a exposição aos pesticidas aumenta significativamente o risco para a esclerose lateral amiotrófica (OR: 1,44; IC95%: 1,22 – 1,70). Os trabalhadores rurais também apresentaram um risco aumentado para esclerose lateral amiotrófica (OR: 1,42; IC95%: 1,17 – 1,73). O risco para a doença não aumenta significativamente para aqueles que vivem em zona rural (OR: 1,25; IC95%: 0,84 – 1,87).

AGROTÓXICOS E DOENÇA DE PARKINSON

Doença de Parkinson e exposição ocupacional.

Gunnarsson LG1, Bodin L. Parkinson’s disease and occupational exposures: a systematic literature review and meta-analyses. Scand J Work Environ Health. 2017 May 1;43(3):197-209.

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Revisão sistemática com metanálise, concluindo por haver evidência robusta de relação entre exposição a qualquer tipo de agrotóxico e um aumento de risco maior que 50% de desenvolvimento de doença de Parkinson.

Van Maele-Fabry, G. et al., 2012. Occupational exposure to pesticides and Parkinson’s disease: a systematic review and meta-analysis of cohort studies. Environment international, 46, p.30–43.

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Nesta revisão foram incluídos 12 estudos de coorte. A combinação dos resultados de todos os trabalhos, sem qualquer estratificação, mostrou um risco aumentado (de 28%) para o denvolvimento da doença de Parkinson em indivíduos ocupacionalmente expostos aos pesticidas (mRR: 1,28; IC95%: 1,03 – 1,58). Foi observado uma associação estatisticamente siginificativa entre exposição a pesticidas e doença de Parkinson (mRR: 2,56; IC95%: 1,46 – 4,48). Aumento de risco significativo também foi observado quando os estudos de coorte prospectivos e melhor desenhados foram combinados (mRR: 1,39; IC95%: 1,09 – 1,78).

Embora os achados devam ser analisados com cautela, a associação entre agrotóxico e doença de Parkinson é biologicamente plausível, de acordo com os mecanismos de ação de diversos agrotóxicos.

AGROTÓXICOS E SUA ASSOCIAÇÃO COM DEPRESSÃO E SUICÍDIO

Freire, C. & Koifman, S., 2013. Pesticides, depression and suicide: A systematic review of the epidemiological evidence. International Journal of Hygiene and Environmental Health, 216(4), p.445–460.

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Esta revisão sistemática reuniu 25 estudos epidemiológicos sobre a relação entre a exposição a agrotóxicos (e também fatores associados à exposição a agrotóxicos, como ocupação em atividade agrícola) e distúrbios psiquiátricos, notadamente, depressão e desordens psiquiátricas (11 estudos) e desfechos relacionados ao suicídio, por exemplo, ideação suicida, tentativa de suicídio e mortalidade por suicídio (14 estudos), publicados no período de 1995 a 2011.

Depressão:

Os resultados de um grande estudo ecológico realizado no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro, sugerem a existência de uma associação entre exposição a agrotóxicos e desordens afetivas. Apesar das diferenças metodológicas, todos os sete estudos transversais sobre exposição aos agrotóxicos e depressão demonstraram existir uma relação positiva entre exposição aos agrotóxicos e o desfecho em questão – depressão. Em um desses estudos, agricultores com histórico de envenenamento por inseticida apresentaram um risco de aproximadamente seis vezes maior (OR: 5,95; IC95%: 2,56-13,84) para sintomas depressivos. Outro estudo que investigou 17.295 trabalhadores, o risco para depressão foi duas vezes maior entre aqueles com ocupações agrícolas em comparação com aqueles com ocupações não relacionadas com a agricultura (OR: 2,30; IC95%: 1,61-3,28).

Suicídio:

Quatro dos cinco estudos ecológicos referentes a expostição a agrotóxicos e suicídos mostraram uma associação positiva entre tais variáveis. Em um dos estudos, conduzido no Brasil, observou-se que trabalhadores agrícolas residentes em áreas com alta taxa de utilização de agrotóxicos apresentam um risco aumentado para suicídio – mortalidade – (OR: 2,61; IC95%: 2,03-3,35), e para hospitalização devido a tentativa de suicídio.

De um modo geral, os autores concluem que a revisão da literatura sugere correlação entre exposição a pesticidas, depressão e suicídio, porém a evidência epidemiológica é ainda muito limitada, e há necessidade de novos estudos epidemiológicos prospectivos.